AOL volta ao Brasil disposta a ser líder no mercado de publicidade digital

Esqueça o negócio de acesso. O foco da AOLno país é o mercado de mídia digital, com ferramentas de publicidade programática voltadas para publishers e anunciantes

Há alguns meses, um time formado por ex-funcionários da Microsoft  e mais de uma dezena de pessoas em processo de contratação ocupa parte de uma escritório de coworking em São Paulo, na avenida Dr. Chucri Zaidan. Sua missão? Reconstruir a presença local da AOL no Brasil. O CNPJ é o mesmo da antiga operação. Mas os objetivos de negócio, não. 

Completamente fora do  mercado de provimento de acesso, a companhia agora tua em duas áreas complementares: Culture, que abriga conteúdo editorial através de publicações próprias como o Huffington Post, já no Brasil através de parceria com a Editora Abril, e Code, que responde pela operação de publicidade digital, com ferramentas direcionadas a publishers e anunciantes interessados em extrair mais valor da inteligência que alimenta a mídia programática, várias deles fruto de aquisição de empresas nos últimos 7 anos. O diferencial? A expertise nas plataformas móveis, desde a aquisição da companhia por parte da Verizon.

Nesta terça-feira, 10 de maio, o Country Manager da AOL no país, Marcos Swarowsky, recebe convidados em um café da manhã que marca a chegada oficial da empresa ao mercado brasileiro, inicialmente com foco total na parte Code.

"A parte Culture vem depois. Temos interesse em trazer publicações como TechCrunch e Makers para o Brasil, mas em um segundo momento", comenta Swarowsky. "Nossa meta esse ano era estabelecer o time no Brasil, fazer a transição de alguns sistemas para a operação local e estar preparados para oferecer ao menos cinco dos produtos da AOL no mercado brasileiro. Superamos a meta. Estamos trazendo várias ferramentas para da publishers da nossa suíte SSP [Supply side platform], da Vidible [uma das startups adquirida, especializada em Video-Syndication] e da Millennial Media [plataforma de publicidade móvel e monetização de apps], adianta o executivo.

Segundo Swarowsky, plataforma da Vidible funciona como o marketplace de vídeos que deve chamar a atenção não só dos grande players do setor, como de videomakers independentes. Associada aos CMSs dos veículos, é capaz de recomendar vídeos de seu acervo para serem associados a textos em produção. 

Em no máximo dois anos, o objetivo da AOL no Brasil é estar entre os três líderes do mercado local de publicidade digital, em parceria com outras empresas de mídia, como já acontece hoje com a Microsoft, ou com publicações próprias. Os concorrentes principais? Como lá fora, Google e Facebook. "Queremos ser a alternativa full-Stack que o mercado procura, para diversificar", afirma Swarowsky, ressaltando que falta ao Google, por exemplo, toda a parte de Culture que a AOL tem.

O acordo com a Microsoft tem duração de 10 anos. Tempo no qual a AOL responderá por todo o negócio de publicidade digital atrelado aos produtos da Microsoft (o portal MSN, o OutLook, o Skype e o console Xbox) em nove mercados, incluindo o Brasil.

Swarowsky resume a atuação da AOL na parte Code de forma bastante clara. Segundo ele, o mercado, de modo geral, já está bem familiarizado com a eficiência oferecida pela mídia programática. Grandes volumes, assertividade de público, resultados bons, preço baixo.  O que a AOL tem a oferecer é a eficácia. "Oferecer uma experiência maior dos consumidores com as marcas anunciantes. Uma pegada mais premium, ou de inventário ou de produção de experiências", diz. 

O novo posicionamento da AOL, em todo o mundo, reflete muito do pensamento de seu presidente. Tim Armstrong, ex-funcionário do Google. Seu objetivo é chegar a ter 2 bilhões de usuários mês, usufruindo das propriedades Culture e Code, o que a posicionaria entre os três maiores da área, incluindo Facebook e Google. Em 2015, a companhia fechou o ano com cerca de 800 milhões. O Brasil é crucial nessa estratégia, por estar entre os maiores mercados de internet do mundo. A intenção aqui é se aproximar de outras empresas de telecomunicações e mobile. Outras aquisições também são determinantes. Tanto que ninguém na AOL esconde o grande interesse da empresa em uma possível compra do Yahoo!, comandado também por uma ex-funcionária do Google.