Brasil avança doze posições em ranking que mede economia digital

Todos os anos, desde 2001, o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum - WEF) publica o seu Relatório Global de Tecnologia de Informação, que mostra o que os países tem feito para se preparar para um futuro digital. A edição de 2016, divulgada nesta quarta-feira, 6/7, mostra uma ligeira melhora do Brasil no ranking dos 139 países analisados. Ocupamos agora a 72ª. Em 2015, éramos a 84ª economia conectada do mundo, entre 142 países participantes do estudo. Nos recuperamos um pouco da queda de 19 posições desde 2012, graças ao uso da TI por indivíduos e empresas.

A intenção da pesquisa é saber como o desenvolvimento tecnológico tem impactado e beneficiado as economias nacionais, além do bem-estar das populações.  Para isso, são avaliados os principais pontos a serem trabalhados por cada nação para fazer melhor uso das tecnologias de informação e da comunicação. São quatro categorias, no total: : (1) o ambiente geral para uso e geração de novas tecnologias (político, regulatório, empresarial e inovação); (2) o preparo tecnológico em termos de infraestrutura, acessibilidade e competências; (3) o uso das TIcs pelos três grupos de stakeholders (Governo, setor privado e pessoas físicas); e (4) o impacto econômico e social das novas tecnologias. 

Este ano, o Brasil apresentou grandes avanços na utilização individual, subindo cinco lugares, para o 57º lugar. Um feito considerado considerável pelos organizadores do estudo, dado que outros países também estão se movendo rapidamente nesse sentido. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 75% dos países incluídos no índice deste ano mostram uma melhoria pontuação em relação ao ano passado.

Mas nosso ambiente regulatório continua sendo considerado fraco, bem como a atuação do governo na promoção das tecnlogias digitais. Além disso, o ambiente de negócios e inovação é classificado como um dos mais fracos no mundo (124ª posição), tanto em relação à disponibilidade de capital de risco quanto à atuação do governo como indutor do mercado. 

Para o Brasil, assim como para a média dos países analisados, o quadro que emerge este ano dá razão para o otimismo, mas não para complacência, segundo os organizadores do estudo. Apesar ainda existem grandes heterogeneidades entre países em termos de preparo tecnológico, a tendência geral é positiva em todas as regiões do mundo. Em particular, a adoção das TICs por indivíduo é crescente em todo o mundo, graças aos esforços para a redução da exclusão digital. Os executivos de negócios estão otimistas sobre sua crescentes capacidade de inovação, mas o impacto da digitalização dos negócios tem feito aumentar o fosso entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Algo que precisa mudar se empresas e países quiserem prosperar na Quarta Revolução Industrial.

Finlândia, Suíça, Suécia, Israel, Singapura, Holanda e os Estados Unidos estão liderando o mundo quando se trata de gerar impacto econômico dos investimentos em tecnologias de informação e comunicação (TIC). 

A Finlândia, que liderou o ranking em 2014, permanece em segundo lugar pelo segundo ano consecutivo, seguida pela Suécia (3ª), Noruega (4ª) e Estados Unidos (5º), que subiu dois lugares. Completam os top 10 os Países Baixos, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo e Japão.

Entre os dos grandes mercados emergentes, a Rússia permanece inalterado, na 41ª posição. China vem em seguida, subindo 3 posições, para 59ª. A África do Sul melhorou acentuadamente, subindo 10 lugares para 65ª, enquanto o Brasil se recuperou parcialmente a partir de uma tendência descendente anterior para 72ª este ano e a Índia caiu duas posições, para 91ª.

A Europa continua a ser a  grande fronteira tecnológica; sete dos 10 principais países são europeus. No entanto, a faixa de desempenho é desigual, com a Grécia caindo quatro lugares. Vários países da Europa de Leste, nomeadamente a República Checa, a Polônia e a República Checa, estão fazendo grandes avanços, assim como a Itália. 

Na América Latina e Caribe, o Chile é o país melhor avaliado (38º) e  o Haiti, o pior  (137º). Não houve clara tendência 2015-2016 em termos de desempenho relativo, embora metade dos países da região tenham melhorando a sua classificação e a outra metade esteja estagnada. Considerando a pontuação absoluta, no entanto, a região tem se movido para cima. A fim de promover as forças de inovação fundamentais para prosperar no mundo digitalizado da Quarta Revolução Industrial, muitos governos na região precisam urgentemente reforçar  seus esforços para melhorar seus ambientes regulatórios e  de promoção da inovação.

"Digital não é apenas sobre a tecnologia. É um estado de espírito, e a fonte de novos modelos de negócios, novos padrões de consumo, novas maneiras para as empresas e indivíduos possam se organizar, produzir, negociar e inovar. No jogo global de inovação digital, o desempenho e os progressos realizados pelas economias emergentes como Cingapura, Emirados Árabes Unidos ou África do Sul, por exemplo, são notáveis: eles podem segurar a promessa de melhorias ainda mais espectaculares nas formas como as tecnologias digitais serão aproveitadas para aumento de competitividade, crescimento e progresso social nos próximos anos", afirma Bruno Lanvin, do Insead, parceiro da WEF no estudo.

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