Como funciona o Centro de Operações Rio, o cérebro das Olimpíadas de 2016
O Rio de Janeiro apostou também na tecnologia para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, os primeiros na América do Sul. A nave-mãe, usada para monitorar o funcionamento da cidade durante a competição, que vai acontecer entre os dias 3 e 21 de agosto, atende pelo nome de Centro de Operações Rio (COR). O TechTudo esteve lá para conhecer o funcionamento das dezenas de câmeras, mapas interativos e pontos de tomada de decisão.
Localizado no Centro da cidade, o prédio existe para oferecer aos espectadores, atletas, trabalhadores e turistas a melhor – e mais segura – experiência "olímpica" possível.
Centro de Operações: o cérebro da cidade
O Centro de Operações Rio é um espaço de monitoramento e gerenciamento de crises no Rio de Janeiro, com foco no trânsito e no clima. Isso significa que mais de 600 câmeras monitoram a cidade, para que os operadores identifiquem problemas e repassem aos órgãos competentes. Assim, as soluções poderão ser tomadas de forma mais rápida, e com o objetivo de causar o menor transtorno possível para os moradores e visitantes da cidade.
A iniciativa de criar esse espaço surgiu após fortes chuvas que atingiram a cidade em 2011. Com isso, tornou-se possível manter a integração de 30 órgãos públicos e concessionárias de serviços da cidade, como gás, luz e transporte.
Ao entrar no Centro de Operações, é possível ver 104 telas, que formam um painel gigante onde as imagens das câmeras da cidade são exibidas. Além disso, há várias mesas com operadores, que trabalham em seus computadores. O principal sistema de gestão é o Geoportal, que reúne várias camadas de informação, como radares meteorológicos, imagens de câmeras e até mesmo a mensuração dos rios.
Para um sistema tão extenso funcionar são necessários vários softwares e programas específicos. Além de programas exclusivos, o COR também monitora a cidade com tecnologias bastante conhecidas, como o Waze e o Google Maps. O próprio Centro de Operações pode registrar ocorrências no Waze, por exemplo.
Durante os jogos será feito um esquema com equipes especiais para acompanhar o movimento principalmente dos locais de competição, para evitar transtornos e problemas de deslocamento. Para o evento, mais 200 câmeras serão instaladas pela cidade, além das já existentes.
Outra novidade que será usada nos jogos e que depois ficará na cidade é uma unidade móvel do COR, que estende sua capacidade para outros lugares. Ela foi desenvolvida em parceria com a empresa de infraestruturaCisco e oferece quatro tipos de conectividade: banda larga por fibra, internet por satélite, rede 4G e conexão 3G, além do serviço de voz. A unidade pode ser montada por quatro pessoas em cerca de 40 minutos.
Redes Wi-Fi passam por monitoramento
O Centro de Operações tecnológicas também vai atuar na segurança dos Jogos Olímpicos. Criado pelo Comitê Rio 2016, ele é responsável pela resolução de problemas relacionados à informática. Nele, dezenas de especialistas vão ficar de olho, por exemplo, em possíveis ataques cibernéticos. Até as redes Wi-Fi são monitoradas, em busca de possíveis invasões.
Por trás da execução dos Jogos existe um esforço para que tudo funcione perfeitamente. Nem sempre ele é percebido pelo espectador, já que acontece de forma muito natural: nos placares eletrônicos, no telão com informações, quando o locutor estiver falando ou até mesmo nas ações durante os intervalos nas arenas.
Para o Diretor de Tecnologia do Comitê Rio 2016, Elly Resende, é até melhor que tudo isso passe despercebido, pois é sinal de que está dando certo. “Se ninguém estiver falando de tecnologia, saiba que a gente vai estar feliz, porque tudo está funcionando bem”.
Com isso, a prefeitura do Rio e seus parceiros se preparam para o período que vai de 5 de agosto e 18 de setembro. A atenção será redobrada, mas o horário de funcionamento vai permanecer o mesmo: 24 horas por dia, sete dias por semana.
Depois dos Jogos, a tecnologia poderá também integrar o chamado legado olímpico: os equipamentos usados durante a Olimpíada poderão ser doados para a cidade, com direito ao mesmo benefício que permitiu à Cisco, por exemplo, entrar com eles no país sem pagar impostos. Para tanto, basta que alguém apresente projetos que façam bom uso do aparato.