Dados são a chave para a transformação do negócio digital, alerta analista do Gartner
Analista da consultoria, Donald Feinberg, diz que os líderes de negócios devem se concentrar na construção de uma organização centrada em dados e desenhar os modelos de negócios transformacionais
Os dados são a chave para a transformação do negócio digital. Mas, embora na maioria das vezes pareça haver uma abundância de dados, os líderes de negócios não confiam nessas informações e o valor e percepção derivaram disso.
O alerta foi feito por Donald Feinberg, vice-presidente e analista emérito do Gartner, durante a conferência Gartner Data & Analytics, realizada nesta terça-feira, 20, em São Paulo. Ele observou que, para superar esses constrangimentos, os líderes de negócios deveriam se concentrar na construção de uma organização centrada em dados, aproveitar as principais tendências e as tecnologias emergentes, além de desenhar os modelos de negócios transformacionais.
"Não é difícil imaginar um mundo no qual as aplicações de dados e Analytics sejam utilizadas de forma generalizada em todos os processos empresariais e em todas as decisões que tomamos", diz Donald Feinberg. "No entanto, para tornar isso uma realidade, precisamos ajudar nossos colegas em todos os lugares em nossas organizações a se ficarem confortáveis trabalhando com dados em suas atividades”.
O analista citou o plano de três passos do Gartner para alcançar a abundância de dados e analytics. Segundo Feinberg, o primeiro passo é repensar a liderança. As organizações devem começar considerando a criação de um escritório de dados e a nomeação de um chief data officer (CDO). Pesquisa do Gartner sobre os principais agentes de dados mostra que as principais responsabilidades do CDO em toda a organização são uma supervisão de iniciativas de análise e governança de dados, seguida de responsabilidades para definir a estratégia de análise para a organização e garantir a confiabilidade e o valor da informação, ou seja, sua governança.
"O aumento da função do CDO reflete a crescente necessidade de liderança aberta de negócios digitais direcionados por dados e para defender o valor dos ativos das informações", comenta o analista. "No entanto, o papel do CDO é mais influente do que o controle. Ainda precisamos habilitar os departamentos descentralizados a desempenhar papéis maiores na estratégia organizacional”.
O segundo passo apontado pelo Gartner é modernizar a tecnologia. De acordo com a consultoria, após a liderança, uma grande parte da obtenção de abundância analítica é lidar com a escala e a variedade dos dados disponíveis. As abordagens tradicionais de infraestrutura de gerenciamento de dados, como armazéns de dados, fluxos de dados em lote e bancos de dados relacionais, começam a quebrar em face dos requisitos de negócios digitais. As organizações devem adotar rapidamente arquiteturas e tecnologias, como a virtualização de dados, que permitem a integração de dados em tempo real e as necessidades de acesso.
"Até 2018, o Gartner prevê que as organizações com recursos de virtualização de dados gastarão 40% menos na construção e gerenciamento de processos de integração de dados para conectar ativos de informação", diz Feinberg. "Esta é a chave: a obtenção de uma infraestrutura de gerenciamento de dados capaz de suportar demandas empresariais digitais requer coleta e conexão. Coletar e segurar dados garante a confiabilidade de processos de missão crítica enquanto conectar-se a dados permite suportar requisitos em tempo real, lidar com escala maciça e distribuição e dar apoio a uma rápida experimentação."
Por fim, a terceira etapa é maximizar a contribuição comercial. O Gartner diz que uma das chaves para maximizar a contribuição das empresas e aproveitar esta abundância de poder de computação e expertise analítica é transformar a governança de dados em um facilitador de negócios. Essa gestão precisa mudar de centralizada, de cima para baixo e ditatorial para local, colaborativa, ágil, flexível e orientada para negócios. Ao mesmo tempo, os líderes de dados e analytics devem ainda alcançar os pontos de vista confiáveis, compartilhados e consistentes de dados de gestão de dados mestre (MDM) e iniciativas de qualidade de dados.
"Obter este direito [políticas orientadas por contexto e autoridade e responsabilidade distribuídas] é fundamental para fornecer a base confiável e de alto valor de dados que suporte qualquer caso de uso que a liderança de uma organização possa ter em mente", afirma Feinberg.