IBM InterConnect 2017: saiba tudo o que rolou no megaevento cloud da marca
No início da última semana, Las Vegas deixou de lado detalhes um pouco de seus detalhes icônicos, como luxo dos cassinos e o brilho dos hotéis, para abraçar mais uma vez o seu lado mais tecnológico. Isso porque, entre os dias 19 e 23 de março, rolou na cidade o IBM InterConnect 2017, uma conferência focada exclusivamente nas novidades e nos produtos da empresa para o mercado cloud, um dos setores que mais crescem dentro da marca nos últimos anos – em especial no segmento corporativo.
Para mergulhar mais a fundo nesse universo, viajamos para a Cidade do Pecado e fizemos parte dos mais de 20 mil visitantes que circularam diariamente pelo Centro de Convenções de Mandalay Bay. Claro que grande parte dos participantes da feira foram analistas, profissionais de TI, desenvolvedores e executivos de todos os escalões e setores da indústria, mas os entusiastas da tecnologia em geral também não foram esquecidos. Afinal, boa parte dos temas debatidos por ali acabam impactando, de um jeito ou de outro, na vida das pessoas.
Ainda que algumas das atividades e estandes espalhados pelo local já estivessem disponíveis para o público desde o domingo (19) – de demonstrações ao vivo do Watson a apresentação de casos de sucesso viabilizados por aplicações na nuvem –, só na segunda-feira (20) que foi dado o pontapé inicial na programação oficial da conferência. Com o show em pleno funcionamento, a IBM pôde mostrar a que veio e provar a importância do InterConnect como canalizador de mudanças e novas ideias para a marca.
A nuvem é o centro de tudo
Além dos discursos e anúncios de parcerias feitos por uma série de convidados, o palco montado no centro do ginásio do resort recebeu diversos executivos que se alternaram para mostrar os focos da IBM tanto para o seu momento quanto para o futuro próximo. Entre os termos mais repetidos ao longo das apresentações, nuvem híbrida, sistemas cognitivos, Watson e blockchain foram com toda certeza os que mais reforçaram o posicionamento da companhia e abriram caminho para horas de conteúdo e debates bem profundos.
Arvind Krishna, por exemplo, utilizou parte do seu tempo no tablado para dar um gostinho do que algumas dessas tecnologias podem fazer – sozinhas ou combinadas entre si. O vice-presidente sênior de Hybrid Cloud e diretor da divisão de pesquisas da IBM explicou que os esforços da companhia permitiram a criação do melhor e mais seguro sistema de blockchain comercial do mundo. A plataforma, que foi debatida em outros pontos do evento, é totalmente escalável e capaz de suportar dezenas de milhares de operações por segundo.
O executivo, no entanto, lembrou que só um serviço cloud robusto consegue viabilizar esse tipo de estrutura, que pode ser expandida ou adequada às necessidades de cada cliente. Ele também explicou que, mais do que armazenamento rápido e simples, essas novas soluções na nuvem têm como meta agilizar o gerenciamento dos dados e gerar insights para seus clientes. Afinal, 80% do tempo dos cientistas de dados atualmente é gasto minerando essas informações, não as analisando.
“Como você espera mudar as coisas sem definitivamente analisar os dados”, questionou Krishna. Nesse ponto, o fato de a empresa oferecer produtos multicloud que podem ser facilmente conectados a ferramentas de machine learning, análise cognitiva e inteligência artificial acaba sendo uma vantagem e tanto para muitos negócios – principalmente para quem optar por um ecossistema mais completo e integrado. Some a isso uma abordagem centrada em microserviços e APIs para que fique ainda mais fácil obter recomendações de qualidade.
Dupla dinâmica
Para falar desse casamento entre a nuvem e as soluções cognitivas, foi David Kenny, vice-presidente sênior do IBM Watson e plataforma cloud, quem subiu ao palco. Depois de uma introdução digna dos filmes de Hollywood – ou pelo menos no mesmo nível da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, inspirada em na franquia James Bond –, o executivo anunciou a chegada do IBM Cloud Object Storage Flex. “Sim, temos um departamento de marketing e é isso que eles conseguem bolar”, brincou ao falar sobre o nome da empreitada.
O jeitão corporativo do produto tem a sua razão, já que se trata um novo sistema que oferece toda uma gama de serviços na nuvem capazes de se adaptar facilmente ao tamanho ou às necessidades das empresas. Além disso, uma das grandes vantagens desse pacote é o preço em relação à concorrência. De acordo com o executivo, IBM Cloud Object Storage Flex pode chegar a custar 75% menos que as soluções de terceiros em algumas de suas configurações.
“Estamos bastante focados em permitir que as empresas tenham acesso a todas essas ferramentas a um custo justo. Queremos que você consiga começar os seus negócios e cresça conosco, subindo de nível de infraestrutura de uma forma bem cadenciada e econômica”, explicou. Kenny também fez questão de lembrar que o produto traz mais que armazenamento e gerenciamento de dados de uma forma elástica e escalável.
“Você vai encontrar valor nos seus dados, já que é possível usar o Watson facilmente para iluminar as informações e melhor administrar as suas aplicações”, afirmou, dizendo ainda que só a IBM é capaz de oferecer ferramentas cognitivas e de machine learning para analisar e tirar mais valor dos dados de uma forma inteligente e realmente veloz. Para garantir o fácil acesso a esses recursos, a companhia disponibiliza mais de 40 mil artigos e tutoriais feitos sob medida para ajudar os desenvolvedores a terem acesso imediato a todo o poderio do Watson.
Segurança e confiabilidade
Claro que cibersegurança e blockchain também tiveram seu lugar ao sol no palco principal do IBM InterConnect 2017 e, posteriormente, em painéis completamente dedicados a esses temas. O primeiro desses assuntos, por exemplo, trouxe ao ginásio de Mandalay Bay o chefão da divisão de segurança da IBM, Marc van Zadelhoff.
O executivo falou como a combinação de plataformas legadas, sistemas na nuvem e ambientes cada vez mais complexos têm trazido desafios extremamente altos para os profissionais da área. Para tentar dar uma mãozinha nesse sentido, a companhia debateu um pouco sobre o IBM Security Immune System, um produto desenvolvido há cerca de cinco anos e que continua sendo aprimorado desde então.
A ideia principal desse tipo de solução é utilizar as ferramentas de análise do Watson para descobrir brechas nos servidores dos clientes, verificar por onde uma invasão já realizada pode ter começado e oferecer dicas de melhorias que podem ser implementadas na rede para deixá-la ainda mais segura. Para Zadelhoff, o diferencial desse tipo de abordagem para o problema é o fato do sistema cognitivo continuar aprendendo mais e mais a cada dia, sem nunca esquecer.
Seguindo tudo, do começo ao fim
No caso do badalado blockchain – o mesmo sistema responsável por viabilizar projetos com o das moedas digitais, incluindo o bitcoin –, a IBM misturou algumas funcionalidades já conhecidas da tecnologia com outras que podem agilizar consideravelmente a verificação e validação de negócios ao redor do mundo. Leanne Kemp, por exemplo, a CEO e fundadora da Everledger, trouxe o à mesa o clássico exemplo do monitoramento de toda a cadeia de comércio dos diamantes para mostrar do que o blockchain é capaz.
Contando com a participação e dados importante vindos de todos os intermediários envolvidos nesse tipo de negócios, a empresa – que é parceira da IBM no desenvolvimento da versão corporativa da tecnologia – conseguiu criar um sistema impecável e que garante a idoneidade de cada peça, eliminando problemas como exploração humana, financiamento de grupos terroristas e falsificações. Digitalização de documentos, fotos em alta resolução e troca de informações entre toda a rede são apenas alguns dos recursos usados na operação.
Segundo Kemp, essa nova plataforma de segurança foi concebida e colocada em prática em um período bem curto, de apenas dois anos, mas já mostrou resultados bem convincentes. Além de evitar que os chamados “diamantes de sangue” sejam comercializados livremente por aí, esse novo uso do blockchain pode ser facilmente expandido para outros setores e produtos – sejam eles físico ou digitais. Quadros, esculturas e outras peças de arte, por exemplo, poderiam ser salvas de vias ilegais ou versões falsas com isso.
Para os adeptos da tecnologia, a grande vantagem é o nível elevado de segurança na troca de dados, já que cada um dos integrantes da rede precisa oferecer apenas as informações se juntem ao restante do material para validar cada etapa da transação. Na prática isso significa que ninguém centraliza ou é dono da plataforma. A ideia parece estar fazendo sucesso, já que, de acordo com Arvind Krishna, cerca de 400 clientes já estão trabalhando junto da IBM para adaptar a ferramenta aos seus negócios ou consórcios.
Automatizando as regras
Para fechar a introdução ao InterConnect deste ano, subiu ao tablado uma presença já tarimbada no evento, Donna Dillenberger, pesquisadora da IBM. Se no ano passado a profissional deu as primeiras pinceladas a respeito do que o blockchain poderia significar para o setor corporativo, em 2017 foi a vez de ela mostrar como as APIs do Watson podem ser utilizadas para dar mais agilidade a uma das tarefas mais punitivas de quase qualquer setor: a análise e o processamento de documentos legais.
Atualmente, esse tipo de atividade toma um tempo massivo das pessoas, que precisam ativamente ler uma infinidade de arquivos para garantir que sua empresa e seus negócios estejam de acordo com as leis ou com as exigências da categoria. Com a novidade, a leitura pesada pode ser deixada de lado para dar lugar a um sistema que consegue avaliar mais de 800 mil registros em questão de segundos.
O resultado dessa operação é um relatório detalhado que indica, com a ajuda de atalhos e até infográficos, quais problemas a companhia pode enfrentar por não estar adequada a esta ou aquela regra da indústria. Esse tipo de contrato inteligente pode ser rodado semanalmente ou no período que você quiser, garantindo a regularidade das suas transações. O bacana é que, quanto mais acesso você der aos dados, mais o bot consegue detectar padrões e sugerir em que ponto os erros estão ocorrendo ou sendo permitidos dentro da sua cadeia de negócios.
Tudo isso e muito mais
Como dá para perceber, só o painel de abertura do IBM InterConnect 2017 já trouxe uma infinidade de conteúdo e um material denso para qualquer um apaixonado por tecnologia e pelos seus efeitos no mundo. Isso tudo, no entanto, foi apenas uma fração do que a dona do evento trouxe a Las Vegas desta vez. Assim, ao longo dos próximos dias, você vai poder conferir o que encontramos de mais bacana e interessante por lá.
Além de se aprofundar em alguns temas abordados nesta matéria, vai ser possível conferir uma entrevista exclusiva a respeito de um dos produtos mais novos e avançados da empresa: o IBM Q. Ainda que o serviço de computação quântica da IBM não tenha ganhado destaque na programação normal da feira, conseguimos bater um papo bem bacana com um dos responsáveis pelo projeto para ver qual é o limite dessa tecnologia. Dito isso, fique de olho no TecMundo para saber todas as novidades do evento cloud da marca.