*em Orlando, Flórida
“A Inteligência Artificial é inteligência simulada, não real”, declarou o visionário. “As máquinas aprendem sozinhas, mas nunca conseguem ter uma ideia própria, não se perguntam qual a melhor abordagem para resolver problemas”, explicou. Woz acredita que é possível equiparar de forma artificial o poder de processamento de um cérebro. “Mas se não igualarmos a sua estrutura, o seu modelo, não vamos conseguir ter inteligência artificial, com os seus conflitos, amigos, inimigos, parceiros”, descreveu.
Apesar de reconhecer que o avanço das tecnologias IA podem ser preocupantes, Steve Wozniak não acredita nos cenários catastróficos que outros têm apresentado. “Não estamos nesse ponto, e não sei se alguma vez lá chegaremos”, frisou. O empreendedor antecipa que os sistemas de IA vão trabalhar na execução de tarefas aborrecidas, definidas pelos humanos, e irão ajudar-nos. “Vão ser nossos amigos. Até podem ser professores”, atirou.
Alguns exemplos úteis de inteligência artificial nesta altura são os carros semi-autônomos e assistentes digitais acionados por voz. “A Siri é a minha aplicação favorita“, declarou Wozniak. O visionário contou como usava a app antes até de ser comprada pela Apple, e deixou subentendido que funcionava melhor antes disso. “Tem alguma graça. Mas as piadas da Siri não são tão boas como as da Amazon Echo”, disse, referindo-se ao sistema de assistência doméstica da empresa, cuja assistente digital se chama Alexa.
Wozniak partilhou também qual foi a decisão mais difícil da sua vida: deixar a HP, onde teria sido engenheiro para o resto da vida.
“Conseguimos um financiamento a sério para o Apple II, 250 mil dólares e 1976, do nosso investidor”, lembra. Falava de Mark Markkula. “Era muito mais esperto que eu e o Steve Jobs e ensinou-nos como construir uma empresa de tecnologia”, sublinha. “Na realidade, é a pessoa responsável pelo sucesso da Apple, mais que qualquer outra.”