Você pensa: vou passar o cartão de crédito - e a sua mão obedece. Mas Ian Burkhart só consegue fazer isso por causa de uma revolução na ciência. Seis anos atrás, ele fraturou o pescoço na praia e ficou tetraplégico.
"Eu ficava pensando: quem sabe um dia alguma coisa acontece e muda isso?", afirma Ian.
Em 2014, Ian topou uma experiência arriscada. Pesquisadores implantaram um chip no cérebro dele. O chip capta sinais neurológicos, manda para um computador que decodifica a vontade de Ian e emite sinais elétricos para uma luva especial, que ativa os músculos.
A tecnologia foi batizada de Bypass, ou desvio neural, porque cria uma ligação entre o cérebro e os músculos sem depender da medula espinhal, que foi lesionada.
Dois anos atrás, Ian só conseguia abrir e fechar a mão. De lá para cá, ele passou por uma sessão intensiva de treinos, até que os cientistas e os computadores conseguiram decifrar melhor a mente dele. A pesquisa, publicada na revista científica “Nature”, diz que essa é a primeira vez que um tetraplégico consegue fazer movimentos tão sofisticados com a mão.
Ian derrama o conteúdo de uma garrafa, toca guitarra num vídeo game. Movimentos precisos nos dedos, na mão e no pulso, que passam despercebidos no nosso dia-a-dia.
O pesquisador Chad Baldi diz que a tecnologia não é a solução agora, mas que pode ajudar também vítimas de paralisia, derrame e lesões cerebrais.
Ian, que sonha em ser editor de vídeo, diz que agora tem mais esperança no futuro. Parte do avanço que ele tanto esperava enfim aconteceu.